Last Christmas



Sempre a data mais esperada do ano. A mais mágica. A atraia mais que seu próprio aniversário.
Chegava o fim de novembro e já podia ouvir o tilintar dos sinos, sentir o cheiro de panetone e o gostinho do peru com farofa. Já sentia a brisa natalina a caminho e sair à rua e ver todo comércio enfeitado era seu maior presente. E as canções então? Eram mais que um bálsamo para os ouvidos.

Contava os dias, fosse pelo calendário de chocolate, onde cada dia passado comia um bombom, fosse pela data da folhinha na porta da
geladeira.

A casa toda adornada de verde, vermelho e dourado fazia com que seus olhos se estrelassem e a musiquinha do pisca-pisca fazia-na se debulhar em lágrimas emocionadas.

Todo ano era assim. Todo ano esperava ansiosamente pelo dia 24, ajudava a mãe com a ceia, era a primeira a ficar pronta e descia, a espera dos convidados.

As frutas, antepastos, perus, tenders, chester, sobremesas. Comida com gosto de Natal.
A oração antes da refeição com o Cristo que o tataravô fizera, ele próprio, tão tradicional na família.
E meia-noite, o cumprimentar a todos com um abraço carinhoso e um sincero 'Feliz Natal'.

Não se importava com a quantidade de presentes que receberia, pois a data em si já era o maior presente que poderia ganhar.

pony natalino

Getting better


30 minutos. 20. 15. 10. 5, 4, 3, 2, 1



DEZOITO!

Enfim d-e-z-o-i-t-o! agora eu já posso dirigir, ser presa, beber legalmente, abrir crediário nas Casas Bahia, ou na Renner, assistir as sessões de cinema pra maiores, ir a uma praia de nudismo
hahahhaha

Ok, algumas coisas eu nem irei tirar proveito, mas o que me for tangente será mais do que abusado e aproveitado.

E, para quem estava surtando e perdendo neurônios de tanto estudar, tive uma comemoração mais do que digna.

Pelo final do colegial, pensamos que, talvez, não vejamos mais nossos amigos queridos, que todos começarão a ter sua vida própria e solitária, trabalhando ou na faculdade e que, jamais a convivência será como antanho. Mas vocês me provaram o contrário.

Mesmo durante a semana, em que vários iriam trabalhar no dia seguinte ou não podiam aproveitar até o raiar do dia pois estavam de papai-móvel, afinal, sou uma das primeiras a atingir a maioridade dessa turma, vocês me provaram que o amor e a amizade, ou pura e simplesmente a vontade de sair pra gandaia, eram maior, e apareceram, com o sorriso mais lindo e o abraço mais carinhoso, para comemorar o meu aniversário.

Não sei dizer o que sentia a cada rosto amigo que via adentrando aquele recinto, ou o quão engraçada e espontânea eram as minhas risadas com vocês, só sei que vocês que fizeram a minha vida nestes últimos três anos. E espero que possam fazê-la ainda mais rosa, brilhante, purpurinada e cheia de amor por mais, no mínimo, oitenta e dois anos.

Eu amo vocês

i'll be on my way

Faltam cinco dias para a minha maioridade. Eu disse cinco. Só cinco.


Eu gostaria de poder estar, agora, gritando de felicidade, contando os segundinhos e planejando sair, na seguda feira mesmo, voltar só na madrugada seguinte, aproveitar tudo o que 'ter dezoito anos' significa, com a inconsequencia de alguém que agora tem o mundo em suas mãos.

Mas, não. Não estarei em nenhuma balada cinco estrelas proibida para menores, nem indo ao cinema numa sessão para adultos, correndo o risco de ser presa por qualquer ato que fizesse ou abrindo um crediário em uma loja de departamentos qualquer. Estarei em uma sala de aula, fazendo o vestibular que vale a minha vida. Ou mais.

Aquele que irá decidir o que farei durante os doze meses que terei dezoito anos. Ou seja, tudo.

Comecem uma novena, orem por mim, ou ao menos me desejem sorte.
Agradecida, haha.

pony cor-de-rosa

you'll be mine


À espera da visita tão estimada, estava inquieta. Não sabia mais por que cômodos da casa andar, nem o que fazer com as mãos. Borrifava seu perfume de meio em meio segundo e ajeitava a roupa no corpo vez ou outra.
O barulho do carro freando fez com que corresse à frente da casa. Nem mesmo ele havia tocado a campainha ou batido na porta, ela já destrancara e abrira, com um sorriso, que, ao olhá-lo, aumentou setenta e duas vezes.


Dava para sentir seus olhos brilhando, marejados com aquela cena.
Ele estava ali, com um buquê, das suas flores prediletas, sendo que ela só havia dito uma vez isso à ele. Ele lembrara da sua preferência, como sempre lembrou-se de tudo até então. Em meio às flores, ao sorriso de ambos e aos olhos estrelados, ele, singelamente, dizia, quase como num sussuro,

'quer namorar comigo?'

e ela, com os olhos marejados, nem sequer conseguiu responder, apenas se jogou em seus braços, sorrindo divinamente e entrando pela sala com as flores de um lado e seu namorado de outro, não conseguindo nem disfarçar tamanha felicidade.




pony cor-de-rosa. namorando

she loves you


Metade da laranja. Alma gêmea. Tampa da panela. Cara-metade.


Talvez não sejamos nada disso, porque a outra metade da cítrica alaranjada deveria me complementar e não ser tão parecida. Ou talvez sim, já que temos o mesmo gosto.
Alma gêmea, não sei. Não sei se almas gêmeas teriam tanta graça.
Tampa da panela. E se eu for uma frigideira?
Cara-metade. Não, a gente não se parece.
Talvez nenhuma expressão clichê nos defina. Talvez nem mesmo uma expressão inédita o faça. Somente aquelas músicas que ambos conhecemos nos enquadra. Aquelas sobre a sorte em se apaixonar por um melhor amigo, ou sobre quanto uma das partes tentou resistir, mas acabou cedendo.
Sobre amor. Pura e simplesmente amor. No mais ingênuo significado que esta palavra possa ter.
Na mais singela troca de olhares e carícias afáveis. Na mais digna conversa ou no mais simplório acontecimento. Amor.

Amor.

pony cor-de-rosa apaixonada

the ballad of john and yoko


Uma comemoração nem tão esperada da parte dela até então, mas com certeza o dia mais importante da vida de duas personagens. Comprar o vestido no dia anterior, ir ao cabelereiro, se empetecar. Ah, é festa, né!?


Descer do carro, subir as escadas, fazer a sagrada reverência. Procurar faces conhecidas e sentar-se. Perto do corredor, que é para ver a personagem mais querida da noite adentrar o recinto.

Rufam-se os tambores. Tá, os tambores não, mas sim os violinistas. Começa a música. Não mais a marcha nupcial, isso é 'soo last week', escolhe-se uma outra canção. Uma da Disney, talvez.

O pai e a moça. A moça e o futuro esposo. Um beijo carinhoso na testa e vão ao altar. Uma cerimônia de deixar até os olhos desta vã narradora marejados. Também, pudera, os de todos os espectadores ficaram.

Mais uma canção, agora cantante, enquanto padrinhos e noivos descem do altar rumo à festa.

Flashes e sorrisos, ainda com os olhos lacrimejados e brilhantes.

Entram nos carros. 'Qual o nome?' 'Ok, obrigada, pode entrar'. Bebidas, comida, sorrisos. Familiares. E ao fundo, mas excepcionalmente não menos importante, uma certa bancada, com certas frutas coloridas, adereços e substâncias engarrafadas. Que não passavam despercebidas por ninguém.

De tão emocionada que ela ficou, de tão tocada e, pela primeira vez em tantas outras cerimônias, encantada, a ideia de casamento não a pareceu mais tão assustadora. Talvez até atraente. Um enlace entre amantes, até que a morte os separe, ou nem isso. Uma prova de amor puro ingênuo e sagrado. Sem deixar a chama da paixão e loucura se apagar, mas agora uma loucura a dois e nada mais. Mas isso só daqui a muitos anos. Nesse meio tempo há muito a se fazer.

pony cor-de-rosa. ao som de 'a bela e a fera'

Let it be


Vestibulares. Gabaritos pintados mecanicamente à mão. Contar, conferir, comparar. Esperar.

Estudar. Riscar mentalmente os dias no calendário, à espera dos próximos testes. Não saber como serão os meses que hão de se suceder. Nem o que hei de me tornar. Sequer onde estarei.
Mas não importa.

gostava dos círculos compactos e do desconhecido
da agridoçura da incerteza
de ganhar ou perder
era uma sensação na barriga, que se agitava até achar que não podia mais tolerá-la

pony cor-de-rosa

tell me what you see

metrôs, selva de pedra, ruas, buzinas, faróis, asfalto, arranha-céus. universidade. aulas de sociologia, filosofia, antropologia, economia. não mais alcenos, alcadienos, ciclanos. um fulano vez ou otra, só, quem sabe!? cetonas, ésteres, fenóis, alcool. bem, se for aquele alcool que não se encontra em livros didáticos...

fins de semana que comecem na quinta-feira, dirigir para onde bem entender, com o ipod alto, cantando beatles e um copo de Iced Caramel Macchiato na mão.
minhas tranqueiras espalhadas por todo o carro, sacolas de compras no porta-malas e chave de casa na bolsa.

chegar a hora que eu quiser, passar a madrugada lendo, poder falar infinitamente ao celular.

ir ao parque aos domingos, sentar num banquinho e admirar as folhas, flores, crianças. olhar os velhinhos de mãos dadas. sorrir sozinha e agradecer por a vida ser tão bela.

trabalho voluntário, ser útil para alguém além de si mesma. se preocupar com coisas verdadeiramente importantes. suas unhas ou luzes podem esperar, realmente podem.

não mais ser sedentária, restringir o consumo de carne vermelha ao máximo. quem sabe não viver de alface, brócolis, sushi e sorvete!?

ter o aeroporto como segunda casa, viajar sozinha mundo afora, se
aventurar. experimentar tudo o que esta vida há de proporcionar.

descobrir lugares, histórias, pessoas, sentimentos, paisagens, sorrisos. inovar o repertório de filmes, livros,
assuntos, rostos. andar com a máquina fotográfica sempre na bolsa, registrando cada detalhe, cada passo, cada risada. cada singelo momento da dádiva de viver

"... não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não quero uma verdade inventada. Liberdade é pouco .. o que eu desejo ainda não tem nome." CL

pony cor-de-rosa

you know what to do


Folhas de papel, ora amontoadas em uma organização que somente ela conseguia entender, ora grampeadas para, obrigatoriamente, serem lidas em uma sequencia lógica; livros abertos, apostilas do curso não terminado; lapiseiras e canetas coloridas; o celular ao lado; jornais em contraposição com as revistas de moda importadas; bilhetinhos de amor ou fofoca atrás dos papéis de anotações; seu ipod ligado, alternando suas duas bandas preferidas; data dos vestibulares marcadas em cor de rosa e boletos já pagos guardados na pasta. Uma xícara vazia ao chão, já que só estudava em cima de sua cama; de bruços, ainda. Uma hora ou outra precisaria de óculos devido ao hábito que não conseguia abandonar. Se não estava assim, estudava em frente ao computador, com as janelas do google chrome abertas no maior numero de sites que a interessasse, dispersando-a. Mas tudo a debandava, fosse a janela piscante na tela do computador indicando que alguém falava com ela, fosse a dobra da folha de sua apostila de filosofia, ou o verde da parede de seu quarto.

Mas ela tem seu foco, tem seu objetivo definido e sabe o que tem de fazer para chegar lá. Só que o que a atrapalha são exatamente as Exatas.

pony cor-de-rosa

sweet little sixteen


Let's go back
Back to the beginning
Back to when the earth, the sun, the stars all aligned
'Cause perfect didn't feel so perfect
Trying to fit a square into a circle
Was no life
I defy

Quinze anos. Amor platônico. Primeiro amor. O surgimento dos mais novos 'amigos para sempre'. Notas altas, bom comportamento. Cumprimento de todas as regras. Sair? Pode, mas volte cedo. Pele, cabelo e boletim perfeitos. Ir parar na Direção? Meu Deus, jamais! Timidez. Vergonha.
Arranjar uma nova melhor amiga para virar sua irmã. Ficar de olho no 'amor da sua vida' nos intervalos, mesmo que ele nem sequer saiba da sua existência. Primeiro amor. Ficar com a boca mais seca que as sandálias de Gandhi e quase perder o equilíbrio de tanto tremer antes do Primeiro beijo. Acreditar que tudo é pra sempre. Viver num mundo cor-de-rosa.
Primeira desilusão amorosa. Chorar até as lágrimas secarem, ouvir todas as músicas tristes que encontrar na internet e dizer 'eu nunca mais quero gostar de ninguém'. Mas, ao mesmo tempo, não lutar. Por medo.

' Deixa ela, tadinha, deixa ela acreditar que vai ser pra sempre. Você vai ver, ano que vem tudo já vai ter mudado'

Pode parecer absurdo, mas como já diria a minha adorada Avril,
I might've fallen for that when I was fourteen
And a little more green
But it's amazing what a couple of years can mean

E é verdade. Quando se tem quinze anos tudo parece que é para sempre. Tanto o 'Felizes para sempre', quanto todo o mal que nos ocorre, tudo parece que é infindável, infinito, permanente. E tudo poderia ser. Mas, nem sempre é o que acontece. A gente percebe que tanto a nossa pele de porcelana, quanto o nosso boletim podem mudar drasticamente. Entende o que Shakespeare quis dizer quando escreveu que 'beijos não são contratos
e presentes não são promessas'. Percebe que, não importa o quão despedaçado o nosso coração tenha ficado quando tínhamos aquela idade, encontraremos outra pessoa que o deixará ainda mais arruinado, quase como carne moída. Mas percebe também que o mundo não irá parar para que você cole seus pedacinhos. Percebe que aquela sua melhor amiga que era como uma irmã se tornará nada mais que uma colega e que sua irmã pode virar uma grande amiga. Começa a tirar coragem dos lugares mais improváveis e a lutar por aquilo que realmente quer, mesmo que isso acarrete em vários tombos e alguns hematomas. Aprende que as coisas não são tão fáceis e que, às vezes, idas à Diretoria são necessárias. Assim como algumas notas baixas e uns porres. Vê que algumas coisas que antes abominávamos se tornam, no mínimo, toleráveis e que alguns valores mudam. Percebe que o mundo não é tão cor-de-rosa quanto pensávamos que era, mas que nós podemos sim torná-lo o mais agradável possível.

Não há nada como alguns anos para que as coisas se tornem mais claras. Mesmo que as coisas mais significativas daquela época continuem intactas.

pony, ainda e pra sempre, cor-de-rosa.


I am the walrus


Black dress, with the tights underneath

'Cogito, ergo sum' ou 'Penso, logo existo'


Pois é, começo com uma musiquinha pop viciante do século XXI e em seguida exponho uma afirmação de René Descartes, pai da chamada filosofia moderna. Eu penso; existo. Suponho que exista o que penso ser. Mas, e se o que sou agora, não é o que eu era antanho? Pode a minha existência ter mudado? Ou foram só meus pensamentos?

Ter novas ideias, novos conceitos, novas prioridades e verdades, ora irrefutáveis, ora contestadas arduamente. Podem os gostos terem mudado? Ou só voltaram a ser os de alguns anos atrás? Pode o comportamento variar incessantemente? Porque o que não se enquadra em mim é ser constante. A não ser ser constantemente inconstante.

I am he
As you are he
As you are me
And we are all together

Uma vela, depois de convertida em parafina, continua sendo a mesma?

Ou Heráclito ou Parmênides me entenderia.

O primeiro acreditava que as constantes transformações, as mudanças, eram fundamentais. Para ele, o mundo era a mudança permanente de todas as coisas. 'Tudo flui'.
Dizia que era impossível 'entrar duas vezes no mesmo rio' porque tanto as águas, quanto a pessoa estarão mudadas numa segunda vez.

Parmênides, entretanto, acreditava ser impossível qualquer transformação real das coisas. Nada poderia transformar-se em algo diferente do que já é, pois se algo existe ele é aquilo e não pode ser outro diferente. Pensava que toda mudança era uma visão enganosa fornecida pelos nossos sentidos. Acreditava na essência das coisas, e a essência não pode ser mudada. Para ele, era impossível o ser passar a não ser, pois 'o ser é e o não ser não é'.

Acho que só Blair Waldorf me entenderia. Quiçá nem ela.

Without the sour, the sweet just ain't as

pony furta cor

Sour milk sea

Antes de termos uma ideia, precisamos abandonar diversas outras. Assim como, antes de tomarmos uma decisão, precisamos saber que abdicaremos infinitas outras possibilidades. Mas como sabemos se a decisão ou a ideia tomada foi a certa?
Não sabemos. Simples assim.
Podemos saber por que as outras eram impróprias, mas nunca, saberemos convictamente o porquê de a optada ser indiscutivelmente, impreterivelmente a certa, porque de fato não é.
Não é, porque se outra fosse escolhida, poderia ser parcialmente correta ou até mais correta. Mas, se não fosse, poderia ser abandonada e outra iria ser acatada e tomaria o lugar daquela.
Privações sempre existem, carências sempre nos incomodarão. Assim como os excessos. Nos resta saber se conseguiremos, ou não, viver com tais necessidades. Ou com tais demasias.

Me pergunto se sou uma farsa.

(bi)polar bear (?)

Something

Abraçá-lo era muito mais que reconfortante. Trazia-lhe segurança. Uma segurança que dificilmente podia ser encontrada em pessoas daquele tamanho. Mas trazia-lhe. Fazia com que se sentisse com sete anos de idade novamente. Como se ela fosse muito menor e mais frágil e que, só ele, poderia protegê-la. Mas em meio a toda essa proteção, em meio ao momento, seus olhos desviavam-se para outra direção. Para a direção oposta, onde seu passado estava. Passado este que não podia ser chamado como tal, pois de fato não passara. Não por completo.


(bi)polar pony

All you need is love


Pode a estima a respeito de outrem variar? Pode um sentimento ser mudado?

Da amizade ao amor. Da paixão ao ódio. Da indiferença a afeição. Da cumplicidade ao menosprezo.
E o inverso.

Sentimentos podem ser arremedados. Pessoas, dissimuladas, sem que nem ao menos supuséssemos. É fácil ser artista, quando convém. Quando há uma compensação. Uma troca de favores. É fácil, também, parar uma encenação, quando já não te interessa mais. O difícil é quando somente uma das partes joga e a outra nem sequer sabia a respeito do divertimento. O difícil é ser a parte fraca da corda bamba. O difícil é ser o cordeiro no meio de uma alcatéia.

Palavras bonitas podem embriagar. Tornar ébrio o que outrora fora puro. Alucinar o que outrora fora ingênuo e se aproveitar dessa ingenuidade, da mais fria e inescrupulosa forma, para, no fim do acto, ser aplaudido pela platéia que nem se era sabida a existência.

Mas... E quando o lobo, após se aproveitar do carneiro, parte em busca de uma nova vítima, mas cai nas garras de outro de sua espécie? Outro ainda mais inescrupuloso que ele. Outro que só queria que aquilo fosse como mais uma de suas tantas partidas de pôquer e que já sabia, desde o início, que conseguiria o Royal Flush?

Os outros sentimentos passam, mudam, mesmo os mais antagônicos. Mas amor que é amor, não muda, não finda, não cessa. Nunca.

'There's nothing you can do that can't be done. Nothing you can sing that can't be sung. Nothing you can say, but you can learn how the play the game. It's easy. There's nothing you can make that can't be made. No one you can save that can't be saved .Nothing you can do, but you can learn how to be you in time. It's easy

All you need is love All you need is love All you need is love, love

Love is all you need '

pony cor-de-rosa.

Twist and Shout

Mais instável que placa tectônica no Continente Asiático. Mais intensa que a escala Richter. Mais mutável que qualquer digievolução de desenho animado japonês. Mais difícil de entender que enciclopédia em braille. Mais teimosa que uma mula. Mais independente que qualquer felino. Com mais desejo de liberdade que um equino indomável. Mais indecisa, impossível.



pony cor-de-rosa.

' you change your mind like a girl changes clothes'

Help!


'Acorda, filha'
abro os olhos e dou o rotineiro sorrisinho de sonolência- 'Oi (:'
'O enem foi cancelado'
de um súbito pulo, levanto- 'O QUÊ?'
- 'É, deu no jornal. Parece que alguém conseguiu a prova e estava pedindo 500 mil reais para o Jornal O Estado de São Paulo. Então, devido à fraude, o ministério resolveu adiar'
atónita, ainda cambaleante devido ao misto de susto e sono, começa o jorro de palavras de indignação, e pensamentos revoltados. Que não cessariam nem tão cedo.

Indignada. É o único estado de espírito que posso me encaixar no momento. A não ser que 'estar puta' possa ser considerado como um estado também.
Fico indignada com a dimensão da corrupção que atinge a realidade brasileira. Uma prova de cunho NACIONAL ser fraudada? Isso é mais do que um ato burlesco, porque nem ao menos pode-se incitar o riso com tal ridicularidade. É algo digno de escárnio. De vergonha do cenário público em que vivemos. É um desacato para com a população. Um absurdo.

Me leva a ficar em dúvida sobre seguir ou não a carreira diplomática. Ser representante de um país nesse estado? Não sei...

pony cor-de-rosa




Paperback writer


'Considere um elefante de massa desprezível, chocando-se com uma força F com um trem, também de massa desprezível, em movimento retilínio uniforme...'


Deus! Como, eu repito, como um elefante pode ter massa desprezível? Até eu, que vivo num mundo mais imaginário do que a Alice no País das Maravilhas, mais colorido do que o arco-íris dos Ursinhos Carinhosos, não consigo dar créditos a questões como essa.
Aliás, por que eu preciso saber Física se o que me interessa é Geografia? História? Português? Inglês? Matérias que me são tangentes. Não cossenos e ângulos obtusos.
Por isso que a universidade me atrái tanto. Um meio de você aprender só aquilo que realmente te interessa. Com salvas exceções, mas enfim.
Mê dê cinquenta livros para eu ler em um prazo de duas semanas que eu consigo. Agora, não me venha com uma equação de segundo grau que eu já começo a suar frio.

Ensino médio já não me satisfaz. Eu quero o mundo. Ponto.

pony cor-de-rosa

Dig a pony


Cat-Dog. Quem é que não se lembra daquele desenho um tanto quanto inusitado, em que um cão e um gato eram uma só coisa? Que moravam numa casa metade em formato de peixe, metade de osso e brigavam, como popularmente se diz, como cão e gato. Parece utopia, mas não seria interessante se houvesse um mix dessas duas criaturas?


Gatos. Tão independentes, desconcertantes, indomáveis, livres por natureza, não aceitando ordens, aprisionamento. Sempre de nariz empinado. Confiantes. Elegantes. Frios. Insensíveis. Inteligentes, habilidosos, dissimulados. Enfeitiçam com o olhar e, a partir de então, conseguem o que quiserem.

Cães. Alegres, divertidos, espalhafatosos, agitados, inquietos, brincalhões. Eternas crianças sapecas e arteiras. Não julgam, não manipulam, não cobiçam, não guardam rancor e estão sempre esperando seu dono com o rabo abanicando-se. Dóceis e amáveis.

Os cães são conhecidos como o melhor amigo do homem. Gatos, como traiçoeiros. Gatos eram idolatrados na antiguidade Persa. Cães serviam para caçar.

Gatos condizem mais com a minha personalidade. Mas eu sempre gostei mais de cães.

pony cor-de-rosa

All my loving

Amores.


“O primeiro é o pior. Quando se diz respeito a um coração partido. O primeiro amor.”


Pode ser feita uma analogia quando se diz respeito ao início de uma vida amorosa e o prosseguimento desta. O seu primeiro amor define como serão os próximos. Define. E o jeito como você vivenciou tudo isso influenciará no modo como você sentirá e agirá com seus próximos amores. É como uma cadeia, os elos antigos serão quem definirão os lugares dos próximos, criando assim uma continuidade dificílima de sofrer quaisquer mudanças. A não ser que um remate seja dado. Que tudo finde, a fim de ter um novo começo.


"Mas as coisas findas, muito mais do que lindas, essas, ficarão."


Deter em ti o teu primeiro amor. Lembrar-se do começo até o fim, de tudo. Lembrar dos erros, acertos. Das palavras ditas e das que, por receio, não foram pronunciadas, afinal, no jogo do amor, era só uma iniciante. Nem baralhar as cartas não sabia.

Era como uma antagonista ou espectadora. Não agia, a não ser que seu ator principal actuasse antes. Ou que a vilã da história marcasse presença e fosse necessária a intervenção de seu herói. O medo de perder fez com que perdesse. A prudência em não arriscar fez com que perdesse. O seu.

No desenrolar do enredo, tudo foi feito por conseguinte da frustração do primeiro acto. Os erros cometidos foram então consertados no que se sucedeu. Não obstante, o resultado não foi o esperado, já que a personagem foi escolhida apenas para incitar o seu protagonista, que ainda a enlevava. E a enlevaria para sempre.

O terceiro acto só decorreu devido a ignorância de seu primeiro amor. Terceiro acto este, que daria resultado. Um resultado baldado. A um prazo de alguns meses. Meses frustrantes, em que todos os desacertos cometidos anteriormente seriam remediados, mas não valorizados, já que a nova personagem não tinha a capacidade de entrever. Meses em que a luta pelo novo amado não cessaria. Não cessaria até que ela entendesse que este definitivamente não era o seu amor.

A desilusão a fez prosseguir com os quarto e quinto actos. Quando nada mais importava. Quando havia decidido apenas brincar com os outros, como tinham feito com ela, eis que surge o sexto.

O sexto. Aquele que, por ter surgido, incitou questionamento de seu primeiro amor no que dizia respeito à sanidade daquela decisão. No que, atrevo-me a dizer, suscitou ciúme do seu primeiro amor. Mas o sexto, ah, o sexto. Foi aquele que teve a coragem de cometer todos os erros e acertos que haviam sido cometidos por ela com os outros. Foi aquele que mergulhou de cabeça naquele acto, querendo que uma nova peça fosse criada, na qual ele fosse o novo protagonista.

Duas peças, então, eram encenadas concomitantemente. A primeira, peça que sempre a provocaria suspiros. E a segunda, aquela que parecia boa demais para estar retratando a realidade. Aquela em que o outro protagonista estava tão a beira da perfeição, que a provocava medo de pôr tudo a perder. De ser ela a vilã da história, desta vez. E, em vários actos, foi o que aconteceu. Mas o amor dele era maior do que os infortúnios causados pela mente dela ou pelos antagonistas.

Mas as duas peças continuam interligadas. Também, pudera, sendo ela a personagem principal dos dois enredos, era de se surpreender se tivesse a proeza de interpretar cada história de uma vez, sem que linhas fossem cruzadas e destinos questionados.

pony cor-de-rosa.




I'll keep you satisfied


"Somebody call 911..."


Dissimulada. Ou apenas difícil? Indiferença. Tibieza. Negligência.
Embeber sentimentos. Alheios ou não.
Arremedar.

Uma frieza fingida.
Como lasanha congelada. Tirada de imediato do congelador, aparenta ser intragável, incapaz de poder sofrer toda e qualquer alteração. Porém, com um certo esmero e um pouco de fogo, de súbito, é possível que, se não vigiada, seja total e completamente derretida.

Como dizia minha avó, 'mãos geladas, coração fervendo'. Se for assim, já estou prestes a entrar em estado de fusão.

She is fire burning.

pony cor-de-rosa.

All things must pass


Inconstante. Insurgente. Instável. Imprevisível. Imprudente. Impulsiva. Insensata. Inconstante.

Meu cérebro, se é que ele é mesmo um cérebro e não um amontoado de confusões e perguntas que, quando descubro as respostas, são mudadas automaticamente e de forma drástica, não me deixa em paz.

Não para de pensar, nem um segundo sequer. Não para de me atormentar, de me indagar. Surge sempre uma vozinha irritante, que entra nos meus neurônios até que ocorra uma sinapse e tudo aqui dentro entre em pane.

Não me deixa respirar. Me importuna como nada nem ninguém.

Me faz cair dum penhasco, no abismo das dúvidas. Das incertezas. Das equações em que já sei o valor das incógnitas x e y, já sei o passo a passo para chegar ao resultado, só não sei se uso Bhaskara, que é a forma mais rápida de se chegar ao final, ou se continuo queimando meus neurônios a fim de uma resolução mais complexa e demorada. Mas o que estou falando?

Eu não quero mais essas incertezas. Essa inconstância. Mas sem elas, eu não existo.

All things must pass away.

pony cor-de-rosa.

Well, I bet you I'm gonna be a big star.


Se ponys tivessem um nome do meio, o meu seria 'indecisão'.


Desde que nasci, nunca conheci pessoa mais indecisa.

- Quer a boneca com a roupa rosa de bolinhas ou corações? Sorvete de creme ou pistache? Burguer King ou Subway?

Ser ou não ser? Eis a questão. Porque o ser, é, e o não ser, não é. Ta, eu sou confusa.
O ponto é, se eu não sei nem se peço um milk shake de ovomaltine ou de chocolate, como posso escolher o que quero fazer para o resto da minha vida?
Ta certo que, mesmo se eu soubesse, eu não o faria para o resto minha vida, odeio rotina, odeio monotonia, odeio repetição.

Bem, talvez se eu tivesse uma Delicatessen em algum bairro burguês da Europa, fosse guia turística da Disney (ou interpretasse a Cinderella no Disney's Parade), dançasse num musical da Broadway ou fosse a atriz principal de uma emissora de TV norte-americana, minha vida não cairia na mesmice.
Mas acho que me contento em ser comissária de bordo, jornalista e colunista de alguma revista, diplomata ou a 'mulher do tempo' no Jornal Nacional.
Alguém aí tem o telefone do William Bonner?

xoxo,
pony cor-de-rosa.




come together, right now, over me


E perde a linha e a compostura só falta o juízo, me usa e abusa. Se tua respiração te acusa

Será possível viver a vida sem interesses intrínsecos? Viver sem intenções além, sem malícia, sem querer tirar proveito das coisas?

Haverá simpatia sem segundas intenções? Aproximação sem interesse? Amizade sem querer 'algo a mais'?

É sempre mais instigante tentar descobrir se há ou não malícia escondida nos atos alheios. Se há segundas, terceiras, ou, como já disseram a meu respeito, nonas intenções. É mais... intenso. Selvagem. Apimentado. Como chilli.

Já que me provocou agora aguenta até o fim. Só pra me descontrolar. Ela me enfeitiçou e eu posso te roubar pra mim



um olhar 43,

pony cor-de-rosa.

an England call


O que quer que tenha acontecido
Com a vida que um dia nós tivemos
E nós realmente vivemos um sem o outro
Onde perdemos o contato
Parece significar tanto
Sempre me faz sentir tão...
Livre como um pássaro
É a próxima melhor coisa a ser
Livre como um pássaro
Em casa, em casa e salvo
Como um beija-flor eu voarei
Como um pássaro sob as asas



porque os meses passam e os sentimentos se transformam

um beijo aliviado,

pony cor-de-rosa.