Amores.
“O primeiro é o pior. Quando se diz respeito a um coração partido. O primeiro amor.”
"Mas as coisas findas, muito mais do que lindas, essas, ficarão."
Deter em ti o teu primeiro amor. Lembrar-se do começo até o fim, de tudo. Lembrar dos erros, acertos. Das palavras ditas e das que, por receio, não foram pronunciadas, afinal, no jogo do amor, era só uma iniciante. Nem baralhar as cartas não sabia.
Era como uma antagonista ou espectadora. Não agia, a não ser que seu ator principal actuasse antes. Ou que a vilã da história marcasse presença e fosse necessária a intervenção de seu herói. O medo de perder fez com que perdesse. A prudência em não arriscar fez com que perdesse. O seu.
O terceiro acto só decorreu devido a ignorância de seu primeiro amor. Terceiro acto este, que daria resultado. Um resultado baldado. A um prazo de alguns meses. Meses frustrantes, em que todos os desacertos cometidos anteriormente seriam remediados, mas não valorizados, já que a nova personagem não tinha a capacidade de entrever. Meses em que a luta pelo novo amado não cessaria. Não cessaria até que ela entendesse que este definitivamente não era o seu amor.
A desilusão a fez prosseguir com os quarto e quinto actos. Quando nada mais importava. Quando havia decidido apenas brincar com os outros, como tinham feito com ela, eis que surge o sexto.
Duas peças, então, eram encenadas concomitantemente. A primeira, peça que sempre a provocaria suspiros. E a segunda, aquela que parecia boa demais para estar retratando a realidade. Aquela em que o outro protagonista estava tão a beira da perfeição, que a provocava medo de pôr tudo a perder. De ser ela a vilã da história, desta vez. E, em vários actos, foi o que aconteceu. Mas o amor dele era maior do que os infortúnios causados pela mente dela ou pelos antagonistas.
pony cor-de-rosa.