All my loving

Amores.


“O primeiro é o pior. Quando se diz respeito a um coração partido. O primeiro amor.”


Pode ser feita uma analogia quando se diz respeito ao início de uma vida amorosa e o prosseguimento desta. O seu primeiro amor define como serão os próximos. Define. E o jeito como você vivenciou tudo isso influenciará no modo como você sentirá e agirá com seus próximos amores. É como uma cadeia, os elos antigos serão quem definirão os lugares dos próximos, criando assim uma continuidade dificílima de sofrer quaisquer mudanças. A não ser que um remate seja dado. Que tudo finde, a fim de ter um novo começo.


"Mas as coisas findas, muito mais do que lindas, essas, ficarão."


Deter em ti o teu primeiro amor. Lembrar-se do começo até o fim, de tudo. Lembrar dos erros, acertos. Das palavras ditas e das que, por receio, não foram pronunciadas, afinal, no jogo do amor, era só uma iniciante. Nem baralhar as cartas não sabia.

Era como uma antagonista ou espectadora. Não agia, a não ser que seu ator principal actuasse antes. Ou que a vilã da história marcasse presença e fosse necessária a intervenção de seu herói. O medo de perder fez com que perdesse. A prudência em não arriscar fez com que perdesse. O seu.

No desenrolar do enredo, tudo foi feito por conseguinte da frustração do primeiro acto. Os erros cometidos foram então consertados no que se sucedeu. Não obstante, o resultado não foi o esperado, já que a personagem foi escolhida apenas para incitar o seu protagonista, que ainda a enlevava. E a enlevaria para sempre.

O terceiro acto só decorreu devido a ignorância de seu primeiro amor. Terceiro acto este, que daria resultado. Um resultado baldado. A um prazo de alguns meses. Meses frustrantes, em que todos os desacertos cometidos anteriormente seriam remediados, mas não valorizados, já que a nova personagem não tinha a capacidade de entrever. Meses em que a luta pelo novo amado não cessaria. Não cessaria até que ela entendesse que este definitivamente não era o seu amor.

A desilusão a fez prosseguir com os quarto e quinto actos. Quando nada mais importava. Quando havia decidido apenas brincar com os outros, como tinham feito com ela, eis que surge o sexto.

O sexto. Aquele que, por ter surgido, incitou questionamento de seu primeiro amor no que dizia respeito à sanidade daquela decisão. No que, atrevo-me a dizer, suscitou ciúme do seu primeiro amor. Mas o sexto, ah, o sexto. Foi aquele que teve a coragem de cometer todos os erros e acertos que haviam sido cometidos por ela com os outros. Foi aquele que mergulhou de cabeça naquele acto, querendo que uma nova peça fosse criada, na qual ele fosse o novo protagonista.

Duas peças, então, eram encenadas concomitantemente. A primeira, peça que sempre a provocaria suspiros. E a segunda, aquela que parecia boa demais para estar retratando a realidade. Aquela em que o outro protagonista estava tão a beira da perfeição, que a provocava medo de pôr tudo a perder. De ser ela a vilã da história, desta vez. E, em vários actos, foi o que aconteceu. Mas o amor dele era maior do que os infortúnios causados pela mente dela ou pelos antagonistas.

Mas as duas peças continuam interligadas. Também, pudera, sendo ela a personagem principal dos dois enredos, era de se surpreender se tivesse a proeza de interpretar cada história de uma vez, sem que linhas fossem cruzadas e destinos questionados.

pony cor-de-rosa.