All things must pass


Inconstante. Insurgente. Instável. Imprevisível. Imprudente. Impulsiva. Insensata. Inconstante.

Meu cérebro, se é que ele é mesmo um cérebro e não um amontoado de confusões e perguntas que, quando descubro as respostas, são mudadas automaticamente e de forma drástica, não me deixa em paz.

Não para de pensar, nem um segundo sequer. Não para de me atormentar, de me indagar. Surge sempre uma vozinha irritante, que entra nos meus neurônios até que ocorra uma sinapse e tudo aqui dentro entre em pane.

Não me deixa respirar. Me importuna como nada nem ninguém.

Me faz cair dum penhasco, no abismo das dúvidas. Das incertezas. Das equações em que já sei o valor das incógnitas x e y, já sei o passo a passo para chegar ao resultado, só não sei se uso Bhaskara, que é a forma mais rápida de se chegar ao final, ou se continuo queimando meus neurônios a fim de uma resolução mais complexa e demorada. Mas o que estou falando?

Eu não quero mais essas incertezas. Essa inconstância. Mas sem elas, eu não existo.

All things must pass away.

pony cor-de-rosa.