Last Christmas



Sempre a data mais esperada do ano. A mais mágica. A atraia mais que seu próprio aniversário.
Chegava o fim de novembro e já podia ouvir o tilintar dos sinos, sentir o cheiro de panetone e o gostinho do peru com farofa. Já sentia a brisa natalina a caminho e sair à rua e ver todo comércio enfeitado era seu maior presente. E as canções então? Eram mais que um bálsamo para os ouvidos.

Contava os dias, fosse pelo calendário de chocolate, onde cada dia passado comia um bombom, fosse pela data da folhinha na porta da
geladeira.

A casa toda adornada de verde, vermelho e dourado fazia com que seus olhos se estrelassem e a musiquinha do pisca-pisca fazia-na se debulhar em lágrimas emocionadas.

Todo ano era assim. Todo ano esperava ansiosamente pelo dia 24, ajudava a mãe com a ceia, era a primeira a ficar pronta e descia, a espera dos convidados.

As frutas, antepastos, perus, tenders, chester, sobremesas. Comida com gosto de Natal.
A oração antes da refeição com o Cristo que o tataravô fizera, ele próprio, tão tradicional na família.
E meia-noite, o cumprimentar a todos com um abraço carinhoso e um sincero 'Feliz Natal'.

Não se importava com a quantidade de presentes que receberia, pois a data em si já era o maior presente que poderia ganhar.

pony natalino