Creio que não consigo, não melhor que eles, descrever o que é o amor. Descrever como é a sensação de ter alguém em quem pensar, de ter alguém que cuida e preza por ti. De sentir aquele friozinho na barriga e como é olhar para a pessoa amada como se fosse sempre pela primeira vez. Da segurança que um abraço apertado pode transmitir, de como é sentir-se no paraíso ao ver um sorriso.
É impossível transmitir com palavras a assustadora e inebriante sensação que é duas vidas sendo vividas sincronizadamente; de como passamos a nos comunicar sem a necessidade do uso da fala, simplesmente com um olhar; e de como uma briga e algumas lágrimas podem se tornar um aperto tão dolorido no coração e um nó tão grande na garganta.
De como sua felicidade passa a depender da felicidade do outro, assim como as desilusões. De modificar seus hábitos, costumes, valores e ideais.
E tudo isso por livre e espontânea escolha própria.
Escolha que, aliás, achara que jamais tomaria, por se julgar sempre o mamífero mais independente que já habitou este lugar. A alma mais sonhadora e indomável com que já tivera contado. Por se julgar sempre o lobo solitário que poderia viver fabulosamente bem sem a companhia de um semelhante do sexo oposto. Talvez porque nunca tivera amado de verdade. Muito menos sido amada.
'Que ambos tenham vida própria, porque esse negócio de casaizinhos melosos que não sabem viver separados é tããão last week.' já não se encaixa mais no meu contexto, portanto corrijo.
Que ambos tenham, realmente, vida própria, mas que para isso não precisem viver separados.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos
corações humanos amizade, se tão contrário
a si é o mesmo Amor?
Camões
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
Carlos Drummond de Andrade
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou
William Shakespeare
P.S. I love you
- quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
pony cor-de-rosa